terça-feira, 1 de novembro de 2011

O ENEM e suas falhas

     No último final de semana, 22 e 23 de outubro, aconteceu o ENEM, exame que serve como primeira fase para muitas universidades públicas ou como única fase para universidades que adotaram como vestibular o SiSU (Sistema de Seleção Unificada). O ENEM é composto de 180 questões, sendo 90 questões realizadas no sábado e as outras 90 no domingo; é uma prova cansativa, que exige esforço físico e mental, portanto, não mede apenas conhecimento, mas também resistência. Até alguns anos atrás, essa prova servia apenas para testar o conhecimento de alunos que terminaram o Ensino Médio, e acrescentava alguns pontos para o vestibular daqueles que decidissem por realizar o exame. Hoje, porém, muitas universidades adotam o ENEM como primeira fase do vestibular, ou até mesmo como fase única (SiSU). O SiSU foi criado para unificar a entrada em universidades públicas: realizando apenas o ENEM, o aluno pode disputar uma vaga em diferentes universidades, espalhadas por todo o país.
     Sendo de tão grande importância para a educação, o esperado seria que o ENEM fosse um exame desenvolvido com alto nível de rigor e que a prova, já montada, permanecesse guardada sob sigilo absoluto, além, é claro, do cuidado dos fiscais na hora de aplicar a prova. Porém, a realidade não é essa. Desde 2007, os problemas e furos do ENEM vão desde alterações de datas do exame e divulgação de gabaritos errados, até vazamentos de dados pessoais de inscritos e furto das provas. O MEC (Ministério da Educação) e o INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) têm um ano inteiro para montar as provas, organizar as datas, corrigir as notas dos exames e solucionar possíveis problemas. Qual será, então, a grande dificuldade? Por que algumas universidades públicas que têm seus próprios vestibulares conseguem manter a prova intocável e sem grandes erros até o dia da aplicação?
     Essas questões vão muito além do que a maioria pensa, porém a certeza é uma só: do jeito que está, não é possível continuar. Não bastasse a ansiedade e o nervoso que os estudantes sofrem naturalmente por realizarem uma prova tão importante, ainda têm que lidar com o stress por saberem que, provavelmente, o ENEM daquele ano terá problemas, assim como todos os outros anos. Portanto, é preciso que mudanças sejam feitas rápida, porém cautelosamente. O exame deve ser montado, guardado e vigiado por profissionais muito bem qualificados e acima de qualquer suspeita, assim não ocorrerá furto de provas nem vazamento de questões; as datas devem ser previamente analisadas antes de serem divulgadas; e os gabaritos, também antes da divulgação, muito bem corrigidos. As soluções são simples e, se seguidas, nos próximos anos o ENEM não terá tantas falhas e os estudantes poderão, enfim, se preocupar apenas em fazer uma boa prova.

Mariana

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